O paladar faz parte dos cinco sentidos humanos. E com certeza, ele deve ser explorado em uma viagem por quem é, e mesmo para quem não é apaixonado por gastronomia. Por isso, se você for ao Mato Grosso do Sul, se ligue nessas dicas.  

Uma pesquisa recente feita pelo Taste Travels indica que os Millennials – nascidos após 1980 ou do início da década de 1980, até meados da década de 1990, também chamada “geração do milênio” ou “geração da internet” – escolhem seus destinos de viagem de acordo com a culinária local. O estudo afirma que 62% dos turistas brasileiros dessa faixa etária fazem a escolha com base na culinária local. Praias (56%) e espaços culturais (21%) são os próximos itens mais votados. 

No cenário internacional, o Brasil não figura entre os principais destinos, mas sabemos do nosso potencial, não é mesmo? Por isso, se você vai conhecer Bonito e região e ainda não é familiarizado com a cultura e os gostos regionais, aqui vão nossas dicas para valorizar a riqueza do país em um sentido muito natural e único: as frutas típicas da região. 

 

Guavira 

Em primeiríssimo lugar está a Guavira. Típica do Cerrado, a fruta virou no último ano, 2017, o símbolo de Mato Grosso do Sul. E além de bonita, com o seu tom alaranjado vivo, seus benefícios são inúmeros. Ela tem quase 20 vezes a quantidade de vitamina C que a laranja.  

Também é rica em minerais como o magnésio, ótima para a digestão, tem fósforo e cálcio, que ajuda a fortificar os dentes e ossos, zinco e óleos essenciais. Sem falar no potássio, que é indicado para atletas por fortalecer os músculos. Por isso, já sabe, se for a Bonito, não deixe de prová-la, especialmente em receitas de sucos e sorvetes, que são uma delícia. 

 

Bocaiúva  

Se tem uma planta multifuncional, essa é a Bocaiúva, uma palmeira existente em todo o Brasil, mas ainda mais comum no Cerrado brasileiro. Nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, ela é muito usada na culinária. Seu fruto, um “coquinho”, vira uma espécie de amêndoa.  

Os regionais usam sua polpa grudenta para fazer receitas, farinha, sorvete, bolos, pães e até colocam na cachaça! Assim, esses frutos ricos em cálcio e potássio são valorizados no mercado econômico.  

 

Buriti 

Para nós, humanos, o buriti também é muito generoso, com seu fruto como uma fonte de alimento muito privilegiada. Ele é rico em vitamina A, B e C, fornece cálcio, ferro e proteínas. Normalmente, ele é consumido ao natural, porém sua comercialização não é tão comum,  então é mais fácil encontrá-lo entre fazendeiros. Também pode ser transformado em doces, sucos, licores e sobremesas de paladar peculiares. 

 O óleo extraído da fruta, por sua vez, é usado medicinalmente. É um vermífugo, cicatrizante e energético natural. Em produtos, suas substâncias dão cor e aroma a cremes, xampus, filtro solar e sabonetes. Incrível, não é? 

 

Ingá-do-cerrado 

Também tradicional da região do cerrado sul-mato-grossense, o Ingá-do-cerrado é fruto da Ingazeira, uma árvore muito comum nas margens de rios e lagos. O nome de origem indígena significa “embebido, empapado, ensopado”. Dizem que é por conta da sua consistência de sua polpa aquosa que envolve as sementes.  

A polpa é branca, levemente fibrosa e adocicada, bastante rica em sais minerais, e consumida ao natural. Assim como o Buriti, também é usada na medicina caseira, sendo útil no tratamento da bronquite (xarope) e como cicatrizante (chá). 

 

Cumbaru (em outros lugares, só Baru) 

Bastante explorado comercialmente, o Cumbaru, ou Baru, como é popularmente conhecido, é um legume lenhoso, com uma única amêndoa comestível, que amadurece de setembro a outubro. Sua semente é bastante nutritiva, aromática e tem alto poder antioxidante. 

De acordo com um estudo feito pela Universidade de Brasília (UnB), o consumo da castanha (ou amêndoa) do Baru previne doenças como cardiopatias, aterosclerose, câncer, diabetes, Alzheimer e até mesmo o envelhecimento precoce.  Também é rica em vitamina E, que tem função antioxidante, ajuda na imunidade do corpo e tem ações anti-inflamatórias e antivirais. 

Os óleos das amêndoas, por sua vez, são tão ricos em ômega 3, 6 e 9 com ácidos graxos insaturados (81%) quanto os peixes, assim recomendados para pessoas que seguem uma dieta vegetariana estrita, para veganos ou simplesmente por quem quer uma dieta saudável. 

 

Essas são algumas das frutas que você pode provar pela região de Bonito e outras cidades do Mato Grosso do Sul. Há ainda muitas opções para consumir na culinária local que são menos comercializadas em outras regiões. Indicamos antes e depois de praticar o Abismo Anhumas e outras aventuras da região, claro.  Prove ainda os sucos de tamarindo, cupuaçu e graviola, facilmente encontrados no centro de Bonito, feitos com frutas frescas. 

Ah, e se você encontrar/provar algo além dessa lista, mande pra gente! Assim podemos compartilhar sua experiência com mais e mais pessoas.