Composta pelas cidades de Bodoquena, Bonito, Jardim, Miranda e Porto Murtinho, a Serra da Bodoquena-MS se tornou Parque Nacional em 2000. Desde os anos 80, porém, é uma região classificada como prioritária enquanto área de proteção – para preservação do ecossistema de grande relevância ecologicamente.
As suas cachoeiras são conhecidas como o grande portal de entrada do Pantanal, é um espetáculo à parte com suas montanhas de rochas calcárias e rios cristalinos — das águas mais transparentes que você já viu. Possui uma exuberante fauna, com araras, papagaios, emas, pavões e muitos outros animais silvestres e até em extinção, como a arara azul, vista em abundância por aqui.
Mas algo em especial chama atenção de todos os visitantes: a transparência e a qualidade da água desse rico ecossistema hídrico em toda a região, que inclui a localização do Abismo Anhumas. Para falar sobre isso, convidamos a bióloga Vivian Maria, da Bíon Consultoria, que faz o monitoramento ambiental desses locais, dentre outros especialistas multidisciplinares.
O que torna a água tão transparente?
Na Serra da Bodoquena, existe uma alta concentração de calcário nas rochas, que tem a propriedade de calcificar quaisquer partículas sólidas flutuantes dos rios e seus afluentes, sedimentando todas no fundo. Assim, pela ausência desses resíduos, a água fica cristalina, numa mistura psicodélica de tons verdes e azuis.
Todas as nascentes dos rios da Serra da Bodoquena e região têm rochas calcárias, por isso, quando a luz do sol reflete nelas, cria uma luz azulada, o que gera um efeito de transparência, com uma mistura de cores em tons de azul.
Quais equipamentos são usados para medir os índices da água?
A investigação da qualidade dessas águas é feita com ferramentas de monitoramento e medição, que são: termômetro, disco de secchi — que serve para medição de visibilidade horizontal e vertical da água —, e coleta em frascos, com reagentes para análises bioquímicas, que posteriormente serão enviados para laboratório de análise.
Como é feita a medicação da qualidade da água no Abismo Anhumas?
No Abismo Anhumas são investigados 17 parâmetros anualmente avaliados e vistoriados por uma equipe de profissionais especializados, que inclui, por exemplo, engenheiros ambientais e biólogos — que garantem que a visitação turística não impacta no desenvolvimento da caverna e permite a sustentabilidade do nosso micro bioma. Além de também garantir a sua segurança e de outras pessoas que visitam o atrativo.
Essa avaliação da caverna é feita obrigatoriamente duas vezes ao ano, com resultados químicos e biológicos. Já com equipamentos portáteis é realizada trimestralmente, ou seja, são minimamente quatro visitas por ano para manter a qualidade da água impecável.
Que fatores ambientais interferem na qualidade da água?
Para que haja a conservação do solo das nascentes de rios ou cavidades de qualquer recurso hídrico, é necessário observar o terraceamento no entorno. Ou seja, a erosão de sedimentos, sejam eles rochosos ou arenosos, não podem chegar ao rio. Caso atinjam, podem trazer interferência negativa para a visibilidade, porque a água fica turva ou marrom, pela presença de terra e detritos.
Especialmente na região da Serra da Bodoquena, que tem um forte ecoturismo, o controle desses índices precisa ser rígido, preservando assim a transparência das águas, e todo o bioma presente na região.
Sobre a Bíon Consultoria
A Bíon Consultoria é uma empresa de consultoria ambiental que presta serviços de monitoramento ambiental há mais de 20 anos, com área de atuação em Bonito, no Mato Grosso do Sul, e região da Serra da Bodoquena. Possui foco específico em atender a demanda de licenciamento do estado, para que a empresa esteja apta a oferecer um serviço de turismo ecológico responsável e sustentável.
Agora que você já sabe porque as águas da Serra da Bodoquena e região são tão cristalinas, é hora de fechar tudo e partir viagem! Bora se abismar?